A pele é o maior órgão do corpo humano, protege o corpo de agressões externas e agentes que causam infecções e agentes químicos.
Para que a pele possa exercer a função de proteção de maneira adequada, ela precisa estar intacta. No entanto, as terapias utilizadas no tratamento do câncer podem afetar de maneira importante a pele e consequentemente, as reações cutâneas podem causar interrupções ou suspensão do tratamento oncológico.
Hoje, o dermatologista pode identificar esses efeitos colaterais cutâneos e tratá-los! Esses podem ser amenizados e até prevenidos, o que melhora sensivelmente a qualidade de vida do paciente e reduz as interferências no tratamento oncológico.
Um sintoma muito comum durante o tratamento oncológico é a coceira, muitos medicamentos provocam o ressecamento da pele. O próprio paciente já pode tomar alguns cuidados diários, durante a vigência do tratamento, para reduzir o impacto dessas terapias, como:
- Banhos rápido com a temperatura da água morna a fria. Sabe-se que a água quente retira o manto de gordura da superfície da pele, o que piora o ressecamento e consequentemente a coceira;
- Nunca utilize esponjas, buchas, sabonetes antissépticos ou antibacterianos. Também evite esfoliantes;
- Para lavar o corpo, prefira shampoo infantis e use somente as mãos para ensaboar; para as peles mais sensíveis, e com sintomas mais importantes de coceira, opacidade e descamação oriento o uso do xampu infantil apenas em axilas e genitália;
- Enxague bem a pele para retirar todo o excesso de xampus ou sabonete;
- Ao sair do banho, seque o corpo com bastante cuidado e prefira toalhas macias;
- Aplique hidratante imediatamente após sair do banho, com a pele ainda úmida, esse é momento adequado para a pele absorver e manter melhor o produto;
- O hidratante também pode ser usado outras vezes ao longo do dia. Quantas mais vezes a pele for hidratada, menos ela parecerá ressecada e coçará;
- Se a coceira continuar ou surgir alguma vermelhidão, consulte seu médico Dermatologista.
Radiodermite: como cuidar de queimadura por radioterapia
A radioterapia é um método que utiliza feixes de radiações ionizantes aplicados sobre o câncer ou na área onde ele foi retirado, o objetivo do tratamento é destruir as células tumorais e impedir que cresçam novamente.
Porém, por mais que as doses desses feixes sejam calculadas para atingir somente o tumor, muitas vezes as áreas vizinhas e a pele que recobre a região podem ser afetadas, desencadeando a radiodermite, que é um dos principais efeitos colaterais do tratamento.
A radiodermite pode causar dor, descamação, queda de cabelo, edema e até necrose. Pode ser classificada em 4 graus:
- Grau 1 – Vermelhidão leve ou descamação da pele, que podem ser associados a coceira e queda de pelos ou cabelos.
- Grau 2 – Vermelhidão moderada, edema intenso, que pode ocasionar uma descamação úmida (assadura) limitada às dobras da pele. Esta descamação pode estar associada à dor e bolhas que podem estourar ou infeccionar.
- Grau 3 – Descamação com aspecto de queimadura , inchaço em “casca de laranja”, com dor importante.
- Grau 4 – Necrose cutânea ou ulceração de toda espessura da derme, podendo estar associados a sangramento, dor e infecções secundárias.
Quai são os cuidados essenciais com a região afetada pela radiodermite?
Além dos cuidados gerais com a pele citados anteriormente, a região afetada pela radiodermite precisa de cuidados específicos:
- Mantenha a área irradiada limpa e seca;
- Lave a região com água morna e shampoo infantil, evite o uso de sabonetes em barra;
- Não deixe a água do chuveiro cair diretamente na área afetada, pode piorar sua dor;
- Não use perfumes, desodorantes ou qualquer tipo de loção, principalmente as que contêm álcool;
- Use roupas mais largas para que não haja atrito na região afetada;
- Evite produtos tópicos que não tenham sido prescritos por seu Oncologista ou Dermatologista;
- Não use sutiãs estruturados, com bojo ou metais;
- Evite qualquer tipo de roupa mais apertada;
- Prefira sempre tecidos de algodão;
- Evite a exposição da região ao sol de forma permanente
- Durante o tratamento, não frequente piscina ou praia; 6 meses depois do fim do tratamento, você pode ir à praia ou piscina protegendo a região afetada com filtro solar FPS 60 a cada 3 horas.
1 Comentário
Parabéns pelo conteúdo deste blog, fez um ótimo
trabalho!
Gostei muito.
um grande abraço!!!