A incidência de melanoma cresceu muito nas últimas décadas e, em 2016, foram estimados aproximadamente 5.700 casos novos no Brasil. O melanoma é um tumor que se desenvolve a partir da transformação maligna dos melanócitos, célula responsável pela produção da pigmentação da pele e cabelos.
Os principais fatores de risco para o melanoma são exposição solar intermitente, queimaduras solares na infância e adolescência, história familiar de melanoma, fototipos baixos (pele, olhos e cabelos claros, ou seja, indivíduos que queimam, e não bronzeiam) e história pessoal de melanoma, ou seja, o paciente que já teve um melanoma tem mais chance de ter outro em relação a um paciente que nunca teve.
Os melanomas também podem ser encontrados em áreas não fotoexpostas como região oral e genitália, locais em que a exposição solar não foi certamente o principal fator de risco. Aproximadamente 70 % dos melanomas surgem não associados a nevos (pintas), ou seja, são lesões novas e são mais comuns no tronco em homens e nas pernas em mulheres.
As lesões cutâneas suspeitas apresentam ao exame dermatoscópico padrões que a identificam como melanoma. A dermatoscopia é um exame não invasivo em que se utiliza o dermatoscópico, instrumento de magnificação (aumento de 10 a 20x) de cores e estruturas não vistas a olho nu. O dermatoscópico é o instrumento utilizado na prática diária do Dermatologista!
Um número pequeno de melanomas são hipomelanóticos ou amelanóticos, ou seja, possuem pouco ou nenhum pigmento. Mas mesmos esses melanomas apresentam alterações à dermatoscopia, sendo identificado pelo Dermatologista treinado!
E é a partir da identificação desses padrões que a lesão suspeita será excisada, ou seja, será realizado uma biópsia excisional e encaminhado o material para estudo anatomopatológico. Isso é muito importante!!! Mais uma vez em frente à uma lesão suspeita de melanoma, o médico não pode tirar apenas um “pedacinho” da lesão! A biópsia precisa ser excisional, com margem cirúrgica de 1 a 3 mm.
Existem exceções? SIM!
O médico só deve eventualmente realizar biópsia incisional (tirar apenas um pedacinho da lesão) quando tratar-se de lesão muito extensa ou situada em sítio anatômico nobre como a face ou quando o índice de suspeição for baixo.
Sabemos que mais de 60% dos melanomas são identificados pelo próprio paciente ou cônjuge. Por isso, toda lesão suspeita: lesão de aparecimento recente, que coça, sangra, ou que preenche algum dos critérios do ABCDE devem ser encaminhadas para o Dermatologista!
Vamos lembrar dos critérios do ABCDE!
Assimetria Bordas irregulares Cor > 2 cores Diâmetro > 6mm
Evolução: lesão que está mudando, critério definido pelo paciente
Tenha o hábito de examinar suas pintas, e visite regularmente o SEU Dermatologista!
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